Páginas

30 de novembro de 2010

Para acabar com a violência, é necessário acabar com os verdadeiros donos do tráfico de armas e de drogas.

Fonte: Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL-Corrente interna do PSOL


Cenas que mais pareciam filmes de guerra, ou a continuação do filme Tropa de Elite, versão 3. Desta vez ao vivo e a cores. Eram tanques de guerra da Marinha, homens fortemente armados com fuzis e metralhadoras, muitos já “treinados” na ocupação do Haiti. Uma operação que contou com 2.600 homens da Policia Civil e Militar do Estado, do Exército, Marinha e Corpo de Bombeiro. Os moradores passaram por revistas e tiveram suas casas invadidas, muitos reclamaram da truculência e intimidação policial.
Foram apreendidas algumas dezenas de armas, drogas e 20 presos, entre os quais não estão o chefe do trafico do Alemão e nem da Vila Cruzeiro, que conseguiram fugir.
Os governos federal, estadual e municipal apostaram na ação e jogaram todo seu peso em aparições e discursos que não escondiam seu objetivo de marketing político. A mídia aplaudiu a ação, dizendo ser um marco de “refundação” da cidade. Dilma já anunciou que as UPP’s são a política de segurança pública que deve ser modelo em todo o país.
Mas será mesmo que tal ação vai acabar com o tráfico de drogas e trazer a paz, tão desejada, aos lares cariocas?
Em 2007, uma ação com 1.350 homens comandada pela Polícia Civil, Militar e a Força Nacional de Segurança, tomaram o complexo de favelas do Alemão, deixando o saldo de 23 mortos, entres os quais vitimas inocentes e com denúncias de que várias destas mortes tenham sido execuções.
No ano de 2002, na Vila Cruzeiro, o estado instalou a unidade do Gpae (Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais), com 130 homens.
Mesmo após essas incursões policiais, o tráfico logo voltou a atuar nestas áreas, mostrando serem soluções efêmeras.

O tráfico de drogas e de armas: um negócio bilionário em todo o mundo.

O tráfico internacional de drogas e de armas está entre os negócios mais lucrativos do mundo, gerando bilhões e bilhões de dólares. São as indústrias químicas as que fornecem os produtos para o processamento e o refinamento das drogas. É a indústria bélica que fornece as armas usadas pelos narcotraficantes. Armas produzidas e vendidas legalmente nos EUA atravessam as fronteiras e chegam a nosso país.
O dinheiro, oriundo das ações ilícitas, passa por “operações comerciais e financeiras” que, num passe de mágica transformam esse dinheiro “sujo”, em dinheiro “limpo”. Ou seja, passam por contas bancárias e paraísos fiscais, como se fosse dinheiro ganho legalmente.
“Só de dinheiro-negro procedente da droga devem circular no mundo em torno de 800 bilhões de dólares. Se você liga a droga aos negócios associados como o tráfico de armas e de pessoas, aumenta este volume de negócio. E não falamos do que se pode fazer com este dinheiro: uma pizzaria, um hotel..., legais. A lavagem de dinheiro-negro entra no aparato de circulação do sistema e proporciona emprego e gera atividades econômicas que não são ilegais." (Felipe González - El País, 07).
E o que fez o governo Lula nos últimos oito anos para impedir a entrada de armas e drogas e a lavagem de dinheiro do narcotráfico no país?
Nossas fronteiras, portos e aeroportos não recebem fiscalização suficiente; os policiais civis e militares são mal remunerados. Em 2008, o governo através de MP, destinou R$ 5 bilhões do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF) destinado a reequipar a Secretaria da Receita Federal, para pagar a Dívida Pública.
Em 2010, foram utilizados apenas 0,4% dos R$ 24 milhões destinados ao programa de “Construção e Ampliação de Bases Operacionais e Unidades da Polícia Rodoviária Federal”. E apenas 2,5% dos R$ 3,6 milhões para o programa de “Monitoramento, Controle e Fiscalização Eletrônica da Malha Rodoviária Federal”. E até agora dos R$ 5 milhões programados nada foi aplicado para ação de “Implementação do Projeto de Policiamento Especializado de Fronteira” (PEFRON).

Baixos índices sociais, a corrupção e impunidade aumentam a violência.

Os baixos indicadores sociais (crise social = falta de emprego, saúde e educação), somados à corrupção e à impunidade levam os jovens a ser mão de obra para o tráfico e aumentam a violência.
Do orçamento geral da União de 2009, cerca de 35,57% foram destinados a pagar os juros e amortizações da Dívida Públicas e apenas 4,64% foram destinados a saúde; 2,88% a educação; 0,01% a habitação; 0,08% a saneamento e 0,61% a Segurança Pública. Estes são os dados de um país em que 65,5 milhões de pessoas não têm recursos financeiros suficientes para garantir a alimentação básica, segundo dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Metade dos jovens de todo o país, entre 15 e 17 anos estão atrasados em seus estudos. De acordo com o IBGE, apenas 49,2% dos domicílios tem rede geral de esgoto. Os gastos em saneamento no Brasil são 444 vezes menores que os gastos com a dívida pública.
No Rio de Janeiro, a educação do estado está entre as piores do Brasil, só na frente do Piauí. Na região metropolitana do Rio de Janeiro um terço dos jovens entre 15 e 17 anos estão desempregados. Jovens nesta idade deveriam estudar, para mais à frente entrarem no mercado de trabalho.
Hoje existem mais de 1.000 favelas no Rio de Janeiro, cerca de 60% da população vivem nestas áreas, que cresceram ao longo das décadas, diante da ausência de políticas públicas e de um planejamento urbano. São pessoas de bem, trabalhadores e trabalhadoras, jovens, crianças e idosos, gente do povo.
O que fez Cabral nos últimos quatro anos para melhorar os indicadores sociais nas áreas de risco do estado? Lembremos que o PMDB, partido do governador comanda este estado desde 1998.
Aliado aos péssimos indicadores sociais temos a polícia pior remunerada do país, o que abre as portas para a corrupção. Temos um estado onde a corrupção e o crime são inerentes às instituições do próprio regime, gerando as Milícias, verdadeiras máfias, que crescem no interior do Estado controlando boa parte das favelas cariocas, alvo de uma CPI, presidida pelo deputado do PSOL/RJ Marcelo Freixo. Enquanto as UPP’s (Unidade de Policia Pacificadora) como bem denuncia o deputado, expressam uma concepção de Cidade que visa a preparação da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. “O mapa das UPP’s é muito revelador: é o corredor da zona sul, os arredores do Maracanã, a zona portuária e Jacarepaguá, região de grande investimento imobiliário”. E não há uma área de milícia que tenha UPP’s.
Em um estudo realizado em 2009 pelo Núcleo de Pesquisas das Violências (NUPEVI) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro revela um mapa das facções. O Narcotráfico controla 55,5% (536 favelas) das 965 favelas do estado do Rio de Janeiro, enquanto 400 favelas são hoje controladas pelas Milícias, ou seja, 41,5% das favelas. E 31 são consideradas neutras do controle dessas quadrilhas (Publicada pelo Portal G1 de 10/11/209). Em 2006 as milícias controlavam 92 favelas, hoje como vemos já são 400. Um crescimento vertiginoso durante o governo de Sérgio Cabral.
Enquanto as ações se limitem ao varejo da droga, não haverá soluções de fundo para impedir que drogas e armas cheguem às favelas do Rio. Não há política social para impedir que milhares de crianças e jovens sirvam como mão de obra barata para o tráfico de drogas, gerando ainda mais violência, consumo de crack e mortes entre os jovens, na maioria negros.
As favelas não precisam de tanques nem de armas, e sim investimentos sociais, escolas, postos de saúde, saneamento básico, moradia digna e planejamento urbano. Mas somente com pesados investimentos sociais será possível reverter esta situação. Somente com o controle dos nossos portos e fronteiras e também do sistema financeiro será possível acabar com a entrada de armas e drogas no país. Junto com isso é necessária a descriminalização das drogas. Enquanto Lula e Cabral continuarem governando de costas para o povo, financiando a corrupção, a impunidade, tratando a pobreza como caso de policia, e dedicando a maior parte do orçamento para pagar juros aos banqueiros não haverá verdadeira paz nos lares cariocas nem nos lares de todo o país.

27 de novembro de 2010

A batalha do Rio de Janeiro


 
 Canso de repetir: a criminalidade é intrínseca ao capitalismo. Porque as molas mestras do capitalismo são a ganância, a busca do privilégio e da diferenciação, e o consumismo.
 
Ter cada vez mais posses e recursos materiais. Competir zoologicamente com os semelhantes, no afã de se colocar em situação superior à deles. Mitigar todas as suas insatisfações adquirindo e desfrutando coisas.
 
E se relacionando com os outros seres humanos como se eles fossem também coisas a serem desfrutadas; coisificando-os, enfim.
 
Com isto, nunca é preenchido por completo o vazio da irrealização, sempre falta algo e sempre o que falta é mais importante do que o já conquistado. O homem moderno é um Cidadão Kane que nunca encontra o rosebud.
 
Pois os seres humanos só se realizam plenamente na coexistência cooperativa, solidária, harmoniosa e amorosa com outros seres humanos.
 
O capitalismo é um sistema perverso, que se alimenta do desequilíbrio e da desarmonia.
 
Que não garante a todos o necessário para todos, embora meios haja para tanto.
 
Que gera sempre, com uma secreção, seu exército industrial de reserva, seus excluídos, seus miseráveis. Eles são o resultado da mais-valia, que continua firme, forte e toda poderosa.
 
Apenas sofisticou-se, ocultando-se atrás dos hologramas projetados pela indústria cultural; o grande truque do diabo é fingir que não existe.
 
A mais valia continua dividindo a humanidade em exploradores e explorados.
 
Continua estabelecendo graduações entre os explorados, de forma que eles mirem apenas o degrau superior e não a sociedade sem graduações nem classes; que nunca vejam a floresta por trás das primeiras árvores.
 
O dado novo é que alguns dos que estavam bem embaixo perceberam a inutilidade de tentarem realizar seus sonhos consumistas subindo a escada, degrau por degrau.
 
Descobriram atalhos para passar ao lado dos degraus e chegar logo ao topo. Ironia da História: o capitalismo passou à fase das corporações, da liderança compartilhada, tornando quase impossível que grandes empreendedores ergam impérios do nada (Bill Gates é uma exceção que confirma a regra), mas a criminalidade forneceu uma válvula de escape para tais indivíduos.
 
Pablo Escobar foi o Henry Ford dos novos tempos. E outros não conhecemos porque os neo-Escobares perceberam que não lhes convêm alardear seu poderio.
 
Até certo ponto, os traficantes são complementares ao capitalismo: fornecem aquilo de que muitos explorados necessitam para continuar suportando sua existência insatisfatória.
 
Enquanto se comportam como empresários discretos e cumprem adequadamente sua função de espantalhos, dificilmente são destruídos pelo Estado.
 
Mas, aqueles a quem os deuses querem destruir, primeiramente enlouquecem. Então, às vezes, os traficantes também têm seus desvarios: tentam oficializar a conquista simbólica de parcelas do território brasileiro.
 
Porém, o Estado não pode consentir que o poder econômico da contravenção ganhe ostensiva expressão política, substituindo-o às escâncaras.
 
Aí, com seu poder de fogo superior, convocando Exército, Marinha e Aeronáutica se necessário, coloca os traficantes no seu lugar.
 
Morrem inocentes no fogo cruzado, o cidadão comum sofre prejuízos e enfrenta transtornos, a indústria cultural fatura em cima das manchetes empolgantes, eventualmente são presos ou mortos alguns grandes traficantes.
 
De quebra, a mentalidade policialesca ganha reforço e penetra mais fundo na cabeça dos videotas: a repressão é o que nos salva de termos nossos carros queimados!
 
E dá-lhe mais repressão, mais tropas de elite! A fascistização da sociedade vai avançando imperceptivelmente, naturalmente.
 
Antes, gatos escaldados por 1964, os mais sensatos queriam as Forças Armadas longe das questões sociais, defendendo apenas o Brasil dos seus inimigos externos. Agora, já se aplaudem os blindados da Marinha subindo o morro.
 
De toda essa tempestade de som e fúria, o que restará? O Estado vencerá a  Batalha do Rio de Janeiro. Que só não é de Itararé porque há mortos e feridos. Mas, não decide guerra nenhuma.
 
Decidiria se os traficantes vencessem. Mas, eles nunca vencerão. Nem aqui, nem na Colômbia que os pariu.
 
O Estado não quer, verdadeiramente, acabar com os traficantes. Consentirá veladamente na sua reorganização, com novas lideranças substituindo as tombadas, desde que respeitem os limites intrínsecos.
 
A sova garantirá que eles se comportem por algum tempo. E, quando botarem as manguinhas de fora, receberão nova sova. É simples assim.
 
Só teremos solução real quando identificarmos o verdadeiro inimigo (É o capitalismo, idiota!). Que sobrevive erigindo em espantalhos os inimigos menores, ou meros oponentes – Escobar, Castro, Bin-Laden, Saddam, Chávez, Ahmadinejad, há sempre um na berlinda.
 
E quando nos mobilizarmos para dar-lhe um fim, antes que - condenado pela História e cada vez mais devastador em sua agonia - seja ele a nos levar juntos para a destruição, ao aniquilar as bases naturais que sustentam a vida humana no planeta.
 
Celso Lungaretti é jornalista e escritor.
 
Blog: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/

26 de novembro de 2010

Para deputado Marcelo Freixo, as UPPs e os muros construídos nas favelas têm a mesma função: viabilizar as Olímpiadas

http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2010/11/26/rio231.jpg 

Ocupação militar das comunidades desencadeou ataques


Depois de inúmeros arrastões e mais de 50 automóveis e ônibus incendiados por traficantes no Rio de Janeiro, o governo do estado iniciou uma operação que contará com equipamentos de guerra. Nesta quinta-feira (25), o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) recebeu o apoio de seis tanques blindados da Marinha para intensificar as ações nas favelas cariocas.

Desde o último domingo (20), 25 pessoas morreram e outras 150 foram presas. A Secretaria de Segurança Pública informou que 22 mortes ocorreram em confrontos entre policiais e traficantes. Em entrevista à Radioagência NP, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) afirma que a ação dos traficantes é um revide contra a presença das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

O deputado faz críticas à política de segurança no estado e questiona a falta de combate ao tráfico de armas. Ele afirma que as UPPs têm o objetivo de fazer uma ocupação militar para facilitar a retirada dos moradores das áreas consideradas importantes para a realização das Olimpíadas de 2016. A presidente eleita Dilma Roussef anunciou que implantará esse modelo de policiamento nos demais estados brasileiros.

Radioagência NP: Marcelo, o atual clima de violência no Rio de Janeiro é uma surpresa?

Marcelo Freixo: Era previsível que alguma coisa pudesse acontecer no final do ano, em função da reação à implementação das UPPs. A partir do momento em que você tem uma perda de território por parte do varejo de drogas, era um tanto quanto previsível que isso pudesse acontecer. Então, o governo deveria estar mais preparado neste sentido.

Por que o governo não se preparou para essa situação?

O governo se mostrou frágil nessa percepção. Houve pouco investimento no setor de inteligência, pouca gente trabalhando e com poucos instrumentos. Enfim, sem o investimento adequado que o governo deveria ter feito nessa área. Nesse sentido, temos não só uma ação violenta que deve ser enfrentada, mas também algumas falhas claras na segurança pública que estão aparecendo neste momento.

Que tipo de postura o governo deve assumir em ações dessa natureza?

Nós temos a tradição de uma polícia violenta e uma criminalidade com armamento muito pesado no Rio de Janeiro. Num momento de crise como este a Polícia deve estar na rua e algumas perdas são inevitáveis, infelizmente. Mas ao longo do tempo o que poderia e ainda deve ser feito é um enfrentamento ao tráfico de armas muito mais estratégico do que se tem. Hoje temos um enfrentamento às favelas e não ao tráfico de armas. Não tem nenhuma ação no que diz respeito à entrada de armas, sobretudo na Baía de Guanabara e nas estradas. O enfrentamento ao tráfico de armas é frágil, ocorre mais no destino do que no caminho. E o destino é sempre o lugar mais pobre.

O elavado número de mortos nas ações policiais demonstra uma fragilidade das UPPs?

As UPPs representam um projeto de retomada militar de algumas áreas que interessam a um projeto de cidade. Isso não é para acabar com o tráfico, é para ter o controle militar de lugares que são estratégicos para a cidade olímpica que se pretende.

Então podemos afirmar que a segurança dos jogos olímpicos é a prioridade do momento?


As UPPs, assim como as barreriras acústicas, as remoções e os muros de favelas é um projeto olímpico de uma cidade que vai ser muito excludente, uma cidade para poucos. Sabemos que o Rio vai passar por esses problemas. Onde se faz uma cidade olímpica, também se fazem cidades não-olímpicas ao redor.

27 de outubro de 2010

Esclarecimentos

Quando eu criei esse blog eu tinha 16 anos. Hoje tenho 21. Tinha pouca noção do que falava. Não que eu tenha plena noção hoje, ainda me considero uma aprendiz. Porém nos últimos dias tenho recebido comentários em postagens antigas, principalmente nos textos sobre Globalização. Então pensei, por que não refazer os textos sobre a Nova Ordem Mundial, agora com uma melhor visão, e tentando esclarecer melhor os pontos que segundos os comentários ficaram meio complexos?
Tendo isto em mente. Em breve vocês terão os textos novamentes. Só peço um pouco de paciência pois estou em período de provas e me sobra pouco tempo.

Salud y Revolucion!

7 de outubro de 2010

Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé da crueldade evangélica

http://igrejadelavinia.files.wordpress.com/2010/09/atualid_politica_igreja2.jpg 
Por Rev. Sandro Amadeu Cerveira*
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]
Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]
A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.
Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e a apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.
De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.
O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.
Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].
Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade à notícia veiculada pelo jornal a Folha de S. Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]
Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.
A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denúncia seletiva de quem está comprometido com a “iniquidade” é, no mínimo, desonesto.
Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.
Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.
Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.
Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
__________________
[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.
*Matériaoriginalmente publicada no site Segunda Igreja

1 de outubro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio: Esperança

http://chicosantanna.files.wordpress.com/2010/07/plinio50idvisual2_page_006.png?w=350&h=283
Plínio é um raio de Sol de esperança.
Sem nenhum medo de pareçer rídicula, eu digo que ele me emocionou ontem na suas considerações finais.
Um homem de 80 anos, acreditando veemente no futuro positivo do Brasíl.
Um candidato que muito além de consquitar votos, consquista mentes.
Acredito que todas as pessoas que o acompanharam publicamente durante esses meses de campanha, mesmo não votando nele, tiveram em suas mentes e em seus corações, plantado um pouquinho da semente do sonho do qual eu compartilho. De ver um mundo mais justo e igualitária, e acreditar que isso é possível.
Quem disse que as pessoas não podem ter uma vida digna. Ao invés de ter apenas sua vida miseravél um pouco melhorada.
Plínio é mudança. Não é melhoria.
Plínio é esperança!
Plínio é o futuro!!!
Ora, que coisa mais contraditória. Um homem já na 3° idade, como alguns dizem com o "pé na cova" sendo entre todos, o único a falar de esperança e dias melhores de verdade.
O recado foi direcionado pra juventude. Porque como ele mesmo disse, a juventude sim, pensa no futuro. Os outros não. Pensam no agora, no imediatismo. Por isso suas políticas refletem ações de curto prazo e que não mudam verdadeiramente a vida das pessoas. Apenas solucionam um problema presente.
O futuro, que esperamos, é onde não seja necessário discutir se vai aumentar ou diminuir bolsa família, pois ela não será necessária. Todos terão possibilidade te gerar suas próprias rendas sozinhos.
O futuro, é onde a educação não seja terçeirizada, havendo essa discrepância, onde ricos estudam de graça, e pobres precisam pagar ou serem pagos pelo estado pra estudar. Faculdade de livre acesso e de graça para todos!
O futuro, é onde a concentração de renda nas mãos de menos de um terço da população não exista. E todos tenham condições de viver decentemente, e de sonhar, de ter tempo de lazer, cultura, esporte. Ao invés de viver sua vida inteira apenas correndo atrás de um status ou dinheiro que no fim nem poderá aproveitar.
Dessa vida, não se leva nada.
Pra que tanta concentração de renda, de bens?
Plínio é essa esperança.
E isso não é ser anti-democrático, como ele disse ontem, isso é a mais pura democracia.
Acabar com a especulação imobiliária, colocar limite na propriedade de terra, diminuir a jornada de trabalho sem redução salarial. Acabar com essa mais-valia produzida em cima do suor dos trabalhadores mais pobres.
Plínio, é a esperança.
Posso retificar inúmeras vezes.
Com consciência limpa e tranquila, dia 3 votarei no melhor candidato a presidência da República do meu País.
Muitas pessoas dirão, mas ele não tem chance de ganhar, e eu digo, mas ele já ganhou.
O processo eleitoral é passageiro. O que fica plantado nas pessoas é duradouro. Plínio sai vencedor desse processo imundo e injusto no qual ele só entrou por um único motivo, o mesmo que me move a ainda acreditar no futuro: amor as pessoas. fé nas pessoas. esperança nas pessoas.
Enquanto algumas pessoas dizem, brasileiro tem os políticos que mereçem. Nos dizemos brasileiro precisa de conscientização política. É isso que nos faz entrar nesse processo. Amor as massas. Tentar resgatar um pouquinho da dignidade das pessoas, além da compra de voto, ou da sujeira que envolve tão claramente esse aparelho governamental. Brasileiro não tem os políticos que mereçem.
Por que brasileiros mereçem um Plínio, um Chico Alencar entre outros, que pelos cantos, escondidos se tornam o óleo na água suja do congresso.
Brasileiro, você mereçe esperança.
E não apenas imediatismo e assistencialismo.
Acreditamos em você e no seu potencial, você pode caminhar sozinho. Não precisa de ajuda pra isso.
Não seguraremos nas suas mãos, mas abriremos o caminho, e faremos com que ele seja o menos espinhoso possível.
Avante! Para a luta e para vitória!
O sonho, não acaba dia 3!
Você tem o poder de mudar além do processo eleitoral sua vida, sua rua, sua cidade, seu estado e seu país.
Tenham esperança!

29 de setembro de 2010

Dona Weslian Roriz e a vergonha alheia

Quatro vezes governador do Distrito Federal e ex-candidato às próximas eleições, Joaquim Roriz é o protagonista de uma história que mistura deboche, menosprezo pelas leis eleitorais e desrespeito com a própria mulher, dona Weslian. Depois que o Supremo Tribunal Federal chegou a um empate e não decidiu se legaliza ou não a candidatura de Roriz (o caso acabou arquivado hoje, no fim do dia), ameaçada por seu histórico nada limpo junto à Justiça, Roriz achou por bem renunciar e deixar, no seu lugar, “uma representante”. A escolhida foi “a amada mulher, companheira de 50 anos”, Weslian Roriz.
No próximo domingo, o eleitor do DF que apertar o número de Roriz nas urnas verá a foto de Joaquim, mas estará escolhendo sua mulher. A estratégia do “Casal 20″ – uma referência ao número da legenda do PSC – foi considerada genial por uns, absurda por outros e ilegal por procuradores eleitorais do DF que tentam anular a candidatura de Weslian. Alegam que, se a prática se espalhar pelo país, haverá muito mais candidaturas-laranjas, institucionalizando uma fraude eleitoral que a legislação visa coibir.
Weslian Perpétuo Socorro Roriz tem 67 anos. Está casada há 50 anos com Joaquim Roriz, com quem teve três filhas: Wesliane, Liliane e Jaqueline. Ao longo da carreira política do marido, dona Weslian foi a típica primeira-dama que distribuía cobertores à população carente do entorno de Brasília e se dedicava a ações sociais. Ela é conhecida nas cidades-satélites e ganhou a solidariedade de última hora de mulheres de outros candidatos que resolveram subir no palanque para lhe dar apoio.
Católica praticante, Weslian tem aquele jeito de dona-de-casa apegada a valores tradicionais e opiniões que flertam com idéias pouco consistentes sobre a realidade. Foi o que se viu ontem à noite, no primeiro debate a que ela compareceu como candidata, promovido pela Rede Globo. Entre outras respostas “vagas”, dona Weslian garantiu que, no seu governo, nenhuma irregularidade será cometida, em vez de propor ações de combate à corrupção. Dá para acreditar?
O despreparo de dona Weslian, estranha à situação, ficou óbvio. Confesso que, primeiro, eu ri porque parecia piada a forma desencontrada como o debate se desenrolava quando era sua vez de responder ou perguntar. Depois, o riso cedeu à pena e, finalmente, veio minha revolta. “O Roriz não deveria ter exposto a mulher dele assim”, disse, já indignada, ao meu marido, que assistia ao debate comigo. Ela ficou exposta à piada, a um vexame televisionado, procurando falas nos papéis com etiquetas coloridas que lhe entregaram.
Pensando bem, Weslian tem os mesmos defeitos de muitos candidatos espalhados pelo país. Não tem ritmo para ler parecendo natural. Não tem discurso convincente nem noção do tempo de um debate – algo realmente difícil até para políticos treinados. Ela conseguiu ser bem mais breve do que permitia o exíguo tempo dado para as respostas. Não tem forma nem conteúdo político. O que a difere dos demais candidatos que igualmente “pagam mico” em propagandas gratuitas na TV é que ela não estaria ali não fosse uma decisão do marido.
Weslian tentou justificar sua candidatura ao perguntar para o candidato Toninho do PSOL se ele tinha alguma coisa contra esse ato “de solidariedade entre um casal”. Outra idéia romântica da realidade. Não considero solidariedade uma mulher bancar a laranja de uma empresa de fachada para o marido, por exemplo. Isso tem outro nome. É crime.
Eu não tenho nada contra casais solidários, muito pelo contrário, mas ser companheira de 50 anos não faz de dona Weslian uma pessoa preparada para governar. Não vou aqui entrar no mérito do que dona Weslian aprendeu ou não com o marido, um veterano em eleições e escândalos. Quem quiser saber um pouco mais dele, entre nos links abaixo. Mas, ao colocar a própria mulher nessa situação, Joaquim Roriz revelou uma face lamentável do machismo, o machismo que expõe a companheira ao ridículo, que revela uma subserviência entre os sexos que ainda resiste, e que não se inibe ao ver a própria mulher tentando provar o improvável: que ela iria governar, caso eleita. O “casal 20″ trata o inusitado da situação como “uma prova de amor”.
Não constam informações de que ela tenha se arrependido de ir ao debate – ainda. Ela até declarou que estava lá espontaneamente. Vai ver Weslian é dona de um humor que desconhecemos e achou graça de si mesma tentando bancar a candidata convicta. Dona Weslian estava bem maquiada, vestida e penteada. Uma senhora de ótima apresentação, sem dúvida. A fragilidade de sua exposição aniquilou até eventuais ataques dos adversários, que lhe trataram com deferência durante o debate, repetindo perguntas que ela não entendia e não debochando das respostas sem pé nem cabeça. Para quem não mora no DF e não a conhece, tem alguns vídeos na internet com trechos do debate. Compartilho um deles aqui.



Pensem nas suas mães e nas suas avós que nunca quiseram ser candidatas e imagine-as participando de um debate político. E aí, o que você está achando de tudo isso?

22 de setembro de 2010

http://www.tiririca2222.com.br/&files/downloads/jingles/SANTINHO_TIRIRICA.jpg 
Ver a propaganda eleitoral do Tiririca na televisão dá revolta.

Não que eu não goste dele, pelo contrário, eu choro de rir com suas piadas.
Aconteçe que dessa vez não teve graça.
Estava lendo esses dias no Correio Braziliense, e dizia que, a campanha do Tiririca e afins, são um aviso.
Um aviso de que precisamos repensar o que foi feito da nossa política.
Política hoje em dia é sinônimo de palhaçada????
SIM.
Infelizmente, sim.
Mas isso não deveria ser.
A conjuntura atual da política brasileira é uma vergonha para os políticos que um dia lutaram verdadeiramente por uma democracia.
Eles devem estar a essa altura se revirando no túmulo com essas propagandas políticas bizarras.
Não há, legalmente falando, nenhum critério que possa impedir essas pessoas de serem candidatas.
E é muito bom isso, já que a nossa constituição diz que todos devem ter direitos iguais, sem distinção de nenhuma natureza.
Aconteçe que os próprios tais candidatos deveriam ter a consciência de que suas candidaturas em si, são um péssimo exemplo e ridicularizam a política nacional.
A corrupção, é um fenômeno que ocorre em partes por isso. Pessoas despreparadas e sem nenhuma consciência do fato, resolvem fazer política. Esses são os alvos fáceis pra prática ilegal e corrupta dentro do aparelho governamental.
O próprio Tiririca, antes mesmo de entrar, já demonstra um certo desvio de carater, pois já omitiu diversos bens no conselho fiscal.

Agora partindo do cenário regional, do qual esta pessoa escreve. É mais triste ainda.
Aqui (Brasília, Distrito Federal) não há candidatos bizarros como estes que vemos Brasil afora, porém aqui tem algo quase tão pior quanto isso.
Depois de tanta luta, corrida pra conseguir assinaturas, votos, e finalmente conseguir com que fosse aprovada a Ficha Limpa, vemos na capital do país, 38%  do eleitorado defendendo ferrenhamente um candidato totalmente inescrupuloso e corrupto! Que em sua própria defesa, em momento algum se diz inocente, apenas tenta se beneficiar de uma brecha constitucional para continuar a mesma política assistencialista e corrupta que desordeno, literalmente, o Distrito Federal inteiro, em todas as áreas.
É lamentavél ver no noticiario os manifestantes que em vez de estarem lutando pela implementação rígida da Lei Ficha Limpa, estão lutando a favor da candidatura de um político corrupto.

Existem muitos Roriz e Tiriricas pelo nosso país.
Mas o único remédio para tais, seria uma conscientização em massa das pessoas.
E e uma nova visão sobre a política, e o voto em si.
Eleições são de 4 em 4 anos, e precisamos usar esse período pra mostrar pras pessoas que política vai além dessa palhaçada que vemos todos os dias nesses meses de propaganda eleitoral.


1 de setembro de 2010

Breve análise sobre Deus e a infantilidade do pensamento humano

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9qCLdQY2ikL85UJXQauTqAPSlUL6VSClt-O542zH_gL15SaKW4GOva_nNPFuoJms47vYFecIwFG9azKPLZJR6H6grmmW7UAeft_iwKfh2GEsb6s-8NKuWDkGFRMYjTF4Jmx-a/s400/apr3.jpg 

















Desde que o homem existe ele sempre buscou explicações para os fenômenos da natureza. Os antigos certamente perceberam que os fenômenos eram regidos por leis naturais, porém quase nunca sabiam explicá-las. De certa forma temos aí uma boa explicação para o fato do homem ser místico e buscar explicações para os fenômenos desconhecidos nas divindades e supertições. Não há dúvida de que o desconhecimento científico do homem primitivo levou-o a ser extremamente supersticioso, o que ainda ocorre na atualidade.

Vemos hoje ainda, pessoas que acreditam que fenômenos naturais, físicos ou ambientais são obra de Deus. Mas o que é Deus? Segundo o Wikpédia Deus é expressado como Criador do Universo, logo se percebe pela imparcialidade da resposta hehe que a pessoa que editou esse artigo crê na existência de Deus. Segundo Nietzche Deus está morto, seja lá quem ele seja. Para Sartre não há Deus, não há nenhum criador do homem e nem tal coisa como um concepção divina do homem de acordo com a qual o homem foi criado.

Só que isso foi um choque muito grande em épocas passadas para o homem que estava acostumado a acreditar em divindades de toda espécie. Derrepente o homem foi jogado na realidade e descobriu que em sua existência não havia nenhuma obra divina. Ele simplesmente existia e ponto. Mas por quê? Pra quê? E como? Muitas perguntas, e as respostas (hipóteses) científicas para tais não confortaram os homens. O que os fazem até hoje buscar essas respostas na religião. É mais fácil acreditar sem perscrutar.

Outro grande filósofo é Feuerbach, que também era teólogo (pasmem!), ele explicou como o homem faz a projeção do que há de melhor em si neste ser imaginário que é deus. E  ele afirma que o amadurecimento do homem se dá com a perca da infantilidade de fazer essa projeção. Ele crê na verdade, que o homem busca em Deus e na religião aquilo que não consegue achar em si mesmo. Mas ele vai mais além disso e chega parte mais bonita e marcante da sua obra, quando afirma que o homem adora e cultua a sua própria essência desconhecida. Em vez de ver em si mesmo, ele cria Deus e deuses. E ai surge o fenômeno da alienação, que ele chamou de "Essência infantil da humanindade".

Chega-se então ao ponto mais contraditório da dissertativa: a infatilidade do homem está em querer ter seu carater fundamentado em Deus, como se o homem precisasse de Deus para se humanizar. Esse homem não consegue ver bondade, amor, solidariedade e várias outras virtudes em si mesmo, somente em deuses.

Todos esses filófosos contribuiram para derrubar a base metafísica em que se apoiam os teólogos e espiritualistas. E partindo desse ponto, tentam fazer com que nasça uma nova postura crítica a respeito de tudo que envolve a vida humana com base no materialismo e existencialismo. Somente com esse pensamento crítico, claro, objetivo e preciso é que o homem pode conseguir se libertar desse pensamento infantil que o alienia de si mesmo predendo-o a seres divinos.

O homem do século XXI já deveria ter saido desse estado de infantilidade. Já deveria saber que só por que algumas coisas são inexplicavéis são significa que sejam obra divina. É preciso aceitar a possibilidade da não existência de Deus e questionar. Não se deve aceitar nada imposto sem perscrutar ou debater. É preciso usar a racionalidade e se colocar no centro do universo e ver as coisas a partir de si mesmo, e não de outrem.

por:  Phabyola Alves

29 de agosto de 2010

Diga sim! Coloque limites em quem não tem!

Diga sim! Coloque limites em quem não tem!
por CPT NE II O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra Terras, perde apenas para o Paraguai. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de afirmar que a concentração de terras no país ainda conseguiu aumentar nos últimos 10 anos e revelam mais: pequenas propriedades de Terra representam menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as grandes propriedades concentram mais de 43% da área.  Não por acaso, ao mesmo tempo em aumenta a concentração de terras, aumenta também os índices de desigualdade social e da fome no país. Atualmente existem mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras que não tem o que comer. O país também aparece no cenário Latino Americano com o terceiro pior índice de desigualdade social em toda a região, de acordo com os dados divulgados, em julho deste ano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Os índices atingem níveis recordes e explicitam: a luta contra a desigualdade social no país passa necessariamente pela luta em defesa da democratização da terra.
A história do Brasil é, ao mesmo tempo, a história do latifúndio e a história da violência sofrida pelos índios, negros e camponeses na luta pela terra
O modelo de desenvolvimento e de acumulação do capital, em curso no Brasil há mais de 500 anos, sempre esteve diretamente ligado à concentração da Terra. O primeiro mecanismo de concentração, estabelecido pelos Portugueses no processo de colonização foram as chamadas sesmarias: enormes faixas de terra, cujo título era expedido pela coroa portuguesa, que concedia o direito de uso  para os homens de confiança do Rei. Após a revogação das sesmarias, o Brasil ficou sem nenhuma lei que tratasse sobre a propriedade da terra, sendo considerado como o período de intensificação da grilagem de terras no país. Quase 30 anos depois, em 1850, é que se estabeleceu um outro mecanismo que regulamentava a propriedade privada no país: a Lei de Terras. A partir desta data só poderiam ocupar as terras brasileiras por compra e venda ou por autorização do Rei. Nada mudou na estrutura fundiária brasileira. Permaneciam os mesmos latifundiários de sempre.
O passar dos séculos só tornou o latifúndio no país mais violento. Os territórios quilombolas, indígenas e a agricultura camponesa foi dando lugar a uma outra paisagem: a dos monocultivos para exportação, grandes empresas transnacionais, o agronegócio. Em 1890, viviam no campo mais de 95% da população nacional, em 1940 essa população passou a ser 77%. Trinta anos depois, em 1970, esse número cai drasticamente para 40%, é a década do Pró- álcool – um dos períodos de maior avanço da cana de açúcar no país. A população rural chega, em 2002 representando cerca de 20% da população. Os camponeses e camponesas não saíram do campo de forma espontânea e pacífica. É preciso ter um olhar mais atento sobre as causas e consequências desse processo. O propósito de “limpeza” do campo, para a expansão das grandes propriedades se deu de forma violenta contra aqueles que resistiam e lutavam em defesa de seus direitos. Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre a violência no campo no Brasil nos últimos 25 anos, afirmam que a cada ano, em média, 14 mil famílias são despejadas através de ações do poder judiciário, mais de 60 pessoas são assassinadas no campo em média por ano e mais de 400 trabalhadores e trabalhadoras rurais são presos no Brasil por lutar por Terra. E, cotidianamente, camponeses e camponesas resistem ao modelo de produção dos monocultivos que, aliado ao Estado, teima em ceifar a vida no campo.
No estado de Pernambuco, a região da Zona da Mata tem 97% de seu território coberto pelo monocultivo da cana de açúcar. Não foi a toa que nos últimos 30 anos - período de intensificação da produção do monocultivo na região, via Pró-álcool – foram destruídos mais de 40 mil sítios e mais de 150 mil trabalhadores foram desempregados. Sem trabalho, privados de suas terras e sem alternativa econômica, os povos do campo foram jogados para as periferias dos centros urbanos e para o subemprego, se estabeleceram nos lugares menos propícios à ocupação humana, construindo verdadeiros cinturões de miséria.
A expansão ilimitada do direito à propriedade da terra mostrou, pelos seus efeitos devastadores ao povo brasileiro e à Terra ao longo dos séculos, que é inviável historicamente. Na medida em que a terra está concentrada, extingue-se a possibilidade de milhões de brasileiros e brasileiras viverem dignamente tanto no campo quanto na cidade, de produzirem alimentos saudáveis e de garantir que as futuras gerações usufruam de um bem natural que não deveria ser passível de apropriação. A agricultura camponesa é responsável por 70% dos alimentos que chegam às mesas dos brasileiros e brasileiras. É a agricultura camponesa responsável também por mais de 74% dos empregos gerados no campo. Os dados são do mais recente Censo Agropecuário e comprovam que o latifúndio e o agronegócio não são capazes de produzir alimentos diversificados e nem de gerar empregos no campo. Esse modelo de desenvolvimento hegemônico no Brasil, tendo como base a grande propriedade da terra, apenas cristaliza relações econômicas, sociais, políticas, ambientais e culturais violentas e assassinas.
Esquentando os motores para o Plebiscito Popular
A proposta do Plebiscito visa pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído na Constituição Federal um novo inciso que limite o tamanho da terra em  até 35 módulos fiscais - medida sugerida pela campanha do FNRA. Áreas acima de 35 módulos seriam incorporadas automaticamente ao patrimônio público e destinadas à Reforma Agrária. Caso a proposta seja aprovada, mais de 50 mil grandes propriedades de terra seriam atingidas no país. Só no estado de Pernambuco, seriam cerca de 1.120 latifúndios, o que significa dizer que aproximadamente um terço das terras no estado seriam democratizadas, ampliando a produção no campo. No estado de Alagoas e do Rio Grande do Norte, também teriam um terço de suas terras democratizadas.
O Plebiscito que se realizará de 01 a 07 de setembro, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo a propriedade da terra, tem a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual Projeto defendemos para o povo brasileiro.

5 de agosto de 2010

Por 4 votos a 2, TRE nega registro da candidatura de Roriz no DF

http://paointeiro.com.br/wp-content/uploads/2010/05/roriz-nao.jpg 

Por 4 votos a 2, TRE nega registro da candidatura de Roriz no DF


Decisão foi tomada com base na Lei da Ficha Limpa.
Advogados do ex-governador informaram que vão recorrer ao TSE.

Por quatro votos a dois, desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal vetaram nesta quarta (4) o registro da candidatura de Joaquim Roriz (PSC) a governador do Distrito Federal.
Os advogados do ex-governador informaram que vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a publicação do resultado do julgamento pelo TRE-DF, os advogados terão três dias para apresentar recurso ao TSE. Enquanto não for condenado em última instância, o candidato poderá continuar em campanha.
Os votos dos desembargadores que negaram o registro foram dados com base na Lei da Ficha Limpa, que veta a candidatura de políticos condenados em decisão colegiada da Justiça ou que renunciaram ao mandato para não responderem a processo de cassação.
O ex-governador Roriz, que completou 74 anos nesta quarta (4), renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.
Candidato pela coligação Esperança Renovada, Roriz enfrentava três pedidos de impugnação no tribunal. Um deles foi protocolado pelo Ministério Público Eleitoral, outro pelo PSOL e um pelo candidato a deputado distrital pelo PV, Júlio Cárdia.
O procurador regional eleitoral Renato Bril de Goés foi o primeiro a se manifestar diante dos desembargadores defendendo o indeferimento da candidatura. Depois dele, falou o advogado do PSOL, Alberto Maimoni, que também argumentou pela rejeição do registro da candidatura de Roriz.
Argumento da defesa
Logo após, os advogados de Roriz tomaram a palavra e defenderam que a Lei do Ficha Limpa não poderia retroagir ao ano de 2007, quando o senador renunciou ao mandato no Senado.
“Busca-se recriminar uma conduta que em 2007 era lícita. Imputar uma pena a uma pessoa que sequer apresentou sua defesa. Contra Joaquim Roriz, nunca houve processo ético no Senado Federal. A renúncia se deu antes da própria admissibilidade. Não é possível diante deste contexto atropelarmos todos esses princípios, violentarmos a Constituição Popular em nome de um chamado clamor popular. Dessa forma, requeremos pela improcedência das impugnações e da liberação do registro de candidatura do Joaquim Roriz”, disse o advogado Eládio Barbosa, da coligação Esperança Renovada.
O plenário do tribunal ficou lotado durante a sessão. Dezenas de apoiadores de Roriz fizeram filas a fim de acompanhar a votação. Para evitar tumultos, o tribunal limitou a 55 os lugares disponíveis para os apoiadores do candidato. Mesmo assim, dezenas de pessoas ficaram do lado de fora do tribunal enquanto os desembargadores decidiam o futuro da candidatura de Roriz.
Por volta das 17h, um tumulto começou na frente do tribunal, e a polícia teve de formar uma espécie de paredão para evitar invasões no prédio.
Apoiadores de Roriz gritavam “Roriz, de novo, governador do povo”, enquanto manifestantes carregando bandeiras do PSOL e cartazes defendendo A Lei do Ficha Limpa gritavam “fora Roriz”. A polícia estimou que entre 80 e cem manifestantes tenham participado do ato.

Fonte: G1

19 de julho de 2010

Ocupação MTST

Ocupação MTST - Movimento dos Trabalhadores sem Teto - Brazlândia


Aos 16 de julho de 2010, por volta das 22:00, foi iniciada em Brazlândia-DF, uma operação de ocupação de terra, liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. A reivindicação do Movimento é por moradia e a área ocupada é pública e possui histórico de grilagem por parte de uma empresa de transporte.
Os moradores de Brazlândia reivindicam a referida área pelo fato de que a maioria deles está vivendo em condições precárias, pagando aluguéis caríssimos ou morando de favor; além disso, a especulação imobiliária é altíssima e não existem políticas públicas habitacionais de encontro às suas demandas.
A ocupação veio num momento oportuno, em pleno período de campanha eleitoral; também atualmente se discute a questão do limite da propriedade de terras no Brasil; e existem outras causas importantes a serem relembradas, como a grave situação dos índios do Setor Noroeste diante das grandes construtoras invadindo seus espaços, e o agravamento da situação dos indígenas acampados na Esplanada dos Ministérios, exigindo a revogação do Decreto 7.056/09, que extingue vários postos e administrações regionais da Funai - Fundação Nacional do Índio e a exoneração imediata de Márcio Meira, seu atual Presidente.
Diante do descaso do Governo em relação a uma discussão sobre políticas habitacionais para a população em situação de vulnerabilidade social, é relevante viabilizar a abertura de espaços para o tratamento e ecaminhamento das questões de moradia e renda para a população, em caráter emergencial.
O Movimento reivindica a utilização da área para habitações de interesse social, possibilitando o atendimento aos Trabalhadores Sem Teto da cidade de Brazlândia.
O Movimento agradece a presença das seguintes entidades e apoiadores da causa: Partido PSTU através de Rodrigo Dantas, candidato a Governador do Distrito Federal e Robson Raymundo, candidato a Senador; Sindicato Sindmetrô, através do diretor Solano Teodoro, Sindicato Sindáguas, Movimento Conlutas, MTD - Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Assembléia Popular, Associação Viver e estudantes.
Acompanhe o Blog do Movimento dos Trabalhadores sem Teto do Distrito Federal: http://mtstdf.blogspot.com/

11 de junho de 2010

Aqui no Valparaiso conheçi uns companheiros do MTST (Movimento dos Trabalhores Sem Teto) que vieram de São Paulo pra fazer um trabalho de base, e em breves ocupações aqui.
O momento não poderia ser mais propicío já que a especulação imobiliária aqui está correndo solta.
As pessoas estão saindo do aluguel iludidas pelo programa Minha Casa Minha Vida, mas na verdade estão se escravizando com a Caixa Econômica. E esse programa, mesmo que tenha boas intenções não atinge quem realmente precisa. Já que pessoas de baixa renda não conseguem ser beneficiadas por ele.
O MTST é um movimento muito sério e politizado, que estou entrando agora, e que com certeza teremos muitas vitórias aqui em Brasília.
Abaixo segue uma breve apresentação retirada do site oficial do movimento:


O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu, no final da década de 90, com o compromisso de lutar, ao lado dos excluídos urbanos, contra a lógica perversa das metrópoles brasileiras: sobram terra e habitações, falta moradia. A especulação imobiliária transforma terra urbana em promessa de lucro e alimenta o processo de degradação humana, o caos urbano. Em que cidade não se encontram apartamentos vazios, prédios abandonados, terrenos na periferia à espera da valorização? Em qual centro urbano não há mendicância, morador de rua, submoradias?
As famílias sem-teto não têm direitos, são o avesso da cidadania. Não têm emprego, moradia, alimentação, saúde, lazer, cultura. Vivem como sombras nos semáforos, nas esquinas, nos bancos das praças, atrás de um prato de comida, um trocado. Enfrentam a indiferença, o preconceito, a violência policial. Estão excluídas das decisões políticas que determinam os rumos da vida social.
O MTST tem como um dos seus objetivos combater a máquina de produção de miséria nos centros urbanos. A ocupação de terra, trabalho de organização popular, é a principal forma de ação do movimento. Quando ocupam um latifúndio urbano ocioso, os sem-teto resistem contra a lógica difundida como natural de que pobre nasce, vive e morre oprimido. Não aceitam a espoliação que muitos chamam de sina. Ao montar seus barracos de lona preta num terreno vazio, essas famílias cortam a cerca nada imaginária que protege a concentração de riqueza e de terra nas mãos de poucos. E num terreno de onde uma só pessoa esperava o lucro, os sem-teto plantam a transformação, uma semente de cidadania.
O MTST é um movimento autônomo e não tem vínculos com nenhum partido ou central sindical.
Fale conosco: mtst@riseup.net

http://www.mtst.info/

Quem gostou, pode ver também a Cartilha do Militante: http://www.mtst.info/files/mtst/CartilhadomilitanteMTST.pdf

UNIDOS POR UMA CENTRAL SINDICAL E POPULAR



Ao longo deste ano, correntes, movimentos e dirigentes sindicais trilharam o importante caminho da unidade necessária para o objetivo de superar a falta de uma direção classista e autônoma para a classe trabalhadora, órfã com a cooptação da CUT pelo governo.
Com esse espírito concordamos em convocar o Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT) que foi precedido de seminários e assembléias em todo país.
A conjuntura de construção do CONCLAT, rumo a uma nova Central, é diferente da que vivemos na fundação da CUT. Aquela foi de grande mobilização, que deu origem a  milhares de novos dirigentes, num processo de organização sindical de massas. Hoje, apesar de importantes lutas, não vivemos um ascenso generalizado.
Esta análise é fundamental na atual reorganização do movimento. A falta da pressão do ascenso exige que deva primar o critério unitário, de consenso e esforço para integrar todos os setores e movimentos que participam e não a simples disputa de aparatos onde quem tem uma maioria circunstancial impõe sua política para “anexar” os demais  setores.

 O PSTU é o responsável pelo impasse na construção da Nova Central

Somente com esta compreensão o CONCLAT poderia dar o passo qualitativo da fundação, efetiva, de uma nova central, classista autônoma e democrática. A UNIDOS PRA LUTAR defendeu que, para aprovar questões como concepção, estrutura e funcionamento, deveríamos utilizar um critério de, no mínimo, dois terços (2/3).
Alertamos desde o mês de abril, nas reuniões da Comissão de Reorganização e nos debates sobre o Estatuto, que essa deveria ser sua forma de funcionamento, pois, já no Seminário de novembro, ficou nítido o problema em relação a esses temas, os quais paralisaram os seminários, e quase colocaram em risco a realização do CONCLAT. Reafirmamos essa posição em nossa Tese e na proposta de Regimento do Congresso.
Os companheiros da Intersindical tiveram a mesma preocupação e apresentaram a proposta de votação em dois turnos. Coerentes com a lógica de um primeiro congresso.
Infelizmente, o PSTU, nessa oportunidade, priorizou a disputa de forças e o método de rolo compressor, sem a sensibilidade do momento e a verdadeira necessidade de construir com todos. Ao seguir dessa forma durante todo o Congresso, como resultado obteve a retirada de cerca de 40% dos delegados que não aceitaram o ultimatismo imposto, desconsiderando as posições de quase metade do Congresso.
O PSTU claramente centralizou seus esforços na disputa de aparato, fato comprovado durante o CONCLAT, que pouco debateu sobre programa, calendário de lutas, fortalecimento das oposições, coordenação das mobilizações que enfrentam os governos e os patrões. Isso se refletiu nos grupos de discussão onde o centro de suas preocupações não foi escutar a base das categorias, suas demandas e preparar as campanhas salariais.
Dois fatos demonstraram aos delegados a indisposição da direção do PSTU para a composição diante das diferenças e levaram à saída de parte importante da bancada do Congresso. O estopim foi a questão do nome da central.
Apesar de o PSTU querer minimizá-la, sua imposição mantinha a nova central atrelada ao nome da antiga CONLUTAS. Exclusivamente para demonstrar a sua hegemonia. Ademais, no início do processo, a própria Conlutas votara abrir mão do nome em função da nova central e a Intersindical desautorizou o uso de seu nome, fatos que foram ignorados pelo PSTU em desrespeito com as demais forças no Congresso.
Outro fato, foi a integração de setores estudantis e movimentos anti-opressão que muda o caráter classista da Central. E com incorporação imediata destes setores na direção votada neste CONCLAT, quando não tinha havido nenhum debate prévio para escolher seus representantes, diferentemente dos trabalhadores e setores populares. Por isso, é falso o argumento do PSTU que se rompeu a central por causa do nome e porque não aceitamos nos submeter “democraticamente” à votação da base.
A retirada das delegações aconteceu porque o PSTU ignorou a opinião de quase metade do Congresso. Desconheceu o novo momento que requeria disposição à composição de fato. Deu primazia à disputa da hegemonia, ao invés de buscar de todas as formas os consensos e o respeito para com os demais setores. Impôs uma maioria circunstancial para fundar uma central que, para o PSTU, seria a mera continuidade da antiga CONLUTAS (até no nome). Mesmo assim, frente a esta realidade, o PSTU insiste em anúncios de que se fundou uma nova central, quando o fenômeno da unificação da nova central era a unidade entre a Conlutas, a Intersindical e a integração de outros movimentos.
A Intersindical se foi por não compactuar com os métodos e a política do PSTU. A Intersindical se foi e mesmo assim o PSTU insiste em falar em nova central. O que existe de “novo” é uma Conlutas, que incorporou alguns setores do CONCLAT. A UNIDOS também não aceitou tais imposições.
Ao PSTU, por ser maioria, cabia a responsabilidade maior para que o processo concluísse de forma positiva, mas, não, levou o CONCLAT a um impasse. Por esse motivo não se fundou uma Nova Central.

O PSTU não quer construir uma central classista

Um debate importante que devemos fazer é a posição policlassista que o PSTU tenta impor à nova ferramenta da classe trabalhadora, desprezando a posição de importantes setores, como a UNIDOS PRA LUTAR, a Intersindical, o MTST e o MAS. Esses defenderam uma central verdadeiramente da nossa classe: sindical e popular. Defendemos a unidade e os direitos das mulheres trabalhadoras, somos contra o racismo e a homofobia. Defendemos que na Nova Central se organizassem esses setores que não possuem base definida, de forma horizontal, sem direito a voto, mas garantindo a necessária unidade com todos os setores explorados e oprimidos. Evitando o erro de dupla representação da extinta Conlutas. Defendemos que as mulheres, negros e homossexuais trabalhadores devem se organizar em suas entidades de classe
Reivindicamos a verdadeira unidade entre os trabalhadores e a juventude, tendo a clareza de que esse setor da sociedade é policlassista. Na perspectiva da luta socialista, os estudantes sabem que devem estar sob direção da classe trabalhadora. A educação, da combativa juventude estudantil que nos apoiou na construção do CONCLAT, para a luta socialista, deve rejeitar a manipulação do sentimento unitário de defesa dos direitos desses setores para impor uma concepção de central policlassista. Na prática, a incorporação imediata desses setores serviu para incluir nas instâncias da nova central, inclusive em sua direção, um dirigente biônico, uma vez que o movimento estudantil e de opressões não elegeram delegados ao congresso.
 Verificamos, também, no Congresso da Conlutas, um exemplo claro em que a participação de movimentos sem base definida e sem nenhum tipo de limitação determinava quem deveria dirigir nossa classe. Isso é capitulação à onda da social democracia e dos movimentos ao estilo do Fórum Social Mundial de diluição da classe trabalhadora. A rebelião e a resistência expressaram a vontade de construir uma ferramenta sindical e popular realmente NOVA, democrática, de classe, autônoma e combativa.

Continua a batalha pela construção de uma Nova Central Classista, Autônoma e Democrática

Frente ao impasse, a UNIDOS continua firme, na luta por uma central sindical e popular classista, autônoma e democrática. Esse desafio ganha força com a rebelião de base no CONCLAT.
Para poder avançar precisamos de muita democracia interna e respeito entre as forças que se dispõem a construir a nova ferramenta. A democracia operária nada tem a ver com as manobras de um partido para impor sua vontade a outras correntes e aos próprios trabalhadores. Insistimos na necessidade de atuarmos na busca de consensos. Essa foi a metodologia que permitiu uma atuação vitoriosa durante um ano e meio (FSM em Belém, Jornadas de Lutas e Calendário Unitário, Seminários Estaduais e o Nacional e finalmente, chegar ao CONCLAT).
Chamamos ao conjunto d@s lutador@s, à Intersindical e ao MAS, e também a setores que permaneceram no Congresso, como os companheiros do MTST, Conspiração Socialista,  BRS e MTL e demais sindicalistas, a seguirmos firmes na construção da nova central, que será possível mediante a rediscussão sobre o caráter da central, o nome com o qual chamará à incorporação de múltiplos setores de trabalhadores e a garantia da mais ampla democracia. Nesta etapa, deveremos avançar pela busca de consensos. Está nas mãos do PSTU a possibilidade de avançarmos. É necessário que avancem em direção à resolução do impasse, para que de fato possamos construir essa NOVA ferramenta.
UNIDOS PRA LUTAR fará todos os esforços para, junto aos demais setores, coordenar ações para um forte calendário de lutas, unificar as campanhas salariais das diversas categorias e fortalecer as oposições sindicais na luta contra o governo e os patrões e na disputa da direção de nossa classe contra a CUT, Força Sindical e demais centrais pelegas.
Esperamos que esse processo de intervenção comum na luta de classes leve ao passo decisivo de construção da NOVA CENTRAL.

São Paulo- SP, 10 de junho de 2010
Coordenação Nacional da UNIDOS PRA LUTAR

Em nome da história e da honra

Manoel da Conceição, líder camponês do Maranhão escreve para Lula

O líder camponês maranhense Manoel da Conceição Santos, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), divulgou, na última quinta-feira, uma carta aberta endereçada ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Na correspondência – com cópias para José Eduardo Dutra (presidente nacional do PT), Dilma Rousseff (pré-candidata do PT à Presidência da República), Executiva Nacional e Diretório Nacional do PT, Manoel da Conceição – uma lenda viva da luta pela terra no país – mostra-se indignado com a possibilidade de o PT do Maranhão ser forçado pela instância nacional do partido a se aliar ao PMDB de Roseana Sarney (pré-candidata ao governo do estado), em vez do PC do B de Flávio Dino, também pré-candidato nas eleições para governador, que acontecem em outubro.

“O que está sendo imposto a nós petistas do Maranhão extrapola todos os limites da tolerância e fere de morte a nossa honra e a nossa história”, escreveu Manoel da Conceição – que hoje vive em Imperatriz – a Lula.

A carta foi publicada no Jornal Pequeno, de São Luís do Maranhão, 05-06-2010.

Eis a carta.





2ª carta de Carta de Manoel da Conceição ao Companheiro Presidente Lula

C/C para:

Sr. José Eduardo Dutra – Presidente Nacional do PT

Sra. Dilma Roulsseff – Pré Candidata do PT à Presidência da República

Executiva Nacional do PT

Diretório Nacional do PT



Nobre companheiro presidente Lula,

É com a ternura, o carinho e o amor de um irmão, a confiança, o respeito e o compromisso de um companheiro de classe, das organizações e lutas históricas dos trabalhadores e das trabalhadoras desse país e do mundo que me sinto com a liberdade e o direito de lhe enviar esta 2ª carta, tratando de questões que compreendo ter muito a ver com a responsabilidade do companheiro tanto como agente político das lutas em prol da justiça social para a classe trabalhadora como também na qualidade de um primeiro presidente da república legitimamente forjado nas organizações e lutas desse povo excluído, sofrido, mas que é capaz de realizar o impossível enquanto força social e política organizada e consciente do seu projeto de libertação classista.

Dirijo-me ao companheiro com a minha identidade de trabalhador rural, de sindicalista, de ambientalista, de humanista e de militante e fundador do Partido dos Trabalhadores, o qual comecei a sonhar e trabalhar na sua criação quando ainda me encontrava no exílio, juntamente com honrados e honradas companheiros e companheiras que havíamos sido banidos do nosso país pela intolerância de um governo totalitário e de regime militar.

Porém, minha identidade social, política e classista se origina bem antes da criação do PT e da CUT, instrumentos classistas dos quais me orgulho de ter sido co-fundador, juntamente com o companheiro e um conjunto de honrado(a)s e legítimo(a)s militantes e intelectuais orgânicos da classe trabalhadora.

Na realidade companheiro Lula minha história de luta social e política se originou aqui mesmo no Maranhão, estado do qual sou filho natural com minha matriz étnica negra e indígena.

Agora em julho de 2010 completarei 75 anos de idade. Quando eu era ainda jovem vi meu pai e muitas famílias agricultoras serem massacradas e enxotadas de suas posses por latifundiários, coronéis e jagunços, acobertados e protegidos por um governo oligárquico. Certa vez presenciei um grande massacre de companheiros meus quando estávamos reunidos em uma pequena comunidade rural do interior do Maranhão. Neste dia fomos atacados de forma covarde por um grupo de soldados e jagunços, que sem a menor chance de defesa assassinaram 5 pessoas, dentre elas uma criança que correu prá abraçar o pai caído no chão e foi pego pelas pernas e arremessado contra a parede que a cabeça abriu espalhando os seus miolos, também uma velhinha, que tentou impedir a morte do filho foi cravada de punhal em suas costas, ficando rodando no chão espetada. Eu escapei por puro milagre com um tiro na perna, mas me tornei mais revoltado ainda com a classe latifundiária e jurei perante a comunidade a lutar o resto de minha vida contra os latifundiários e suas injustiças.

Presenciei um segundo massacre em 1959 quando estávamos novamente reunidos em uma comunidade por nome Pirapemas para preparar a defesa de uns companheiros que estavam sendo acusados de ter invadido uma propriedade e roubado umas frutas do sítio. Neste dia chegou um grupo de uns 20 policiais, soldados, tenente, cabos e um sargento. Ao chegarem ao local da reunião o sargento perguntou quem era o presidente da associação, e como foi respondido que não havia presidente o sargento falou: pois então todos são presidentes e vão levar bala. Neste dia foram assassinados sete companheiros e três outros ficaram gravemente feridos.

Minha primeira motivação para a luta era sustentada em pura revolta, ódio dos exploradores da minha família e das famílias camponesas da mesma região que habitávamos. Sem a menor consciência política e dominado pelo ódio eu cheguei a acreditar que a libertação dos trabalhadores de tal estado de sujeição dependeria de um salvador da pátria, de um homem corajoso, de um herói que com o apoio eleitoral dos oprimidos iria por fim a tal dominação. A partir desse entendimento extremamente limitado e de um profundo sentimento de revolta pela violência testemunhada e sofrida, vi surgir na minha ingenuidade uma esperança para salvar a massa camponesa do jugo dos latifundiários apadrinhados pelo poder da oligarquia viturinista que comandava o estado do Maranhão. O nome dessa esperança era José Sarney.

Com um discurso muito bem elaborado e com a radicalidade de um revolucionário Sarney prometia exatamente o que nós camponeses queríamos ouvir: um Maranhão novo e livre de oligarquia, reforma agrária, punição dos crimes cometidos contra as famílias camponesas e indenização dos prejuízos a elas causados pelo gado dos fazendeiros. Eu acreditei no discurso do cidadão e me tornei um aguerrido cabo eleitoral, andando a cavalo em todas as comunidades da região fazendo sua campanha. Resultado, com uma grande adesão popular, elegemos o José Sarney em 1965 para ser o governador do Maranhão. Nessa época eu já era presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pindaré Mirim, que congregava trabalhadores rurais de toda a grande região do Pindaré. Mesmo sem ainda ter uma sólida consciência de classe eu já havia sido preso e espancado severamente pela polícia da ditadura militar. Foi por conta dessa perseguição que eu passei a acreditar nas promessas do Sarney que caso fosse eleito iria ser uma força aliada dos trabalhadores contra a repressão da ditadura militar.

No dia 13 de julho de 1968 o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Pindaré Mirim havia convocado uma reunião da categoria para receber a visita de um médico para tratar questões relacionadas à saúde dos associados e associadas. O Prefeito do município na época mandou informar que iria fazer uma visita ao sindicato neste mesmo dia. Por volta das 10 horas da manhã chegou um pessoal dizendo que queria falar com o presidente do sindicato. Quando eu apontei na porta fui recebido por tiro de fuzil que estraçalhou minha perna. A ação e os disparos foram efetuados pela polícia militar. Outros companheiros também foram atingidos por bala, mas felizmente não houve morte. Eu fui levado aprisionado e jogado na cadeia sem receber nenhum tratamento no ferimento, o que levou minha perna a gangrenar e ter que ser amputada. Sarney se encontrava em viagem para o Japão e quando retornou manifestou desconhecimento da questão e mandou seus assessores manter contato comigo, oferecendo apoio para a minha família, uma perna mecânica, uma casa e outras ofertas, desde que eu me tornasse um defensor do seu governo. Eu respondi que não estava preso por ser bandido, que minha perna tinha sido arrancada por bala da própria polícia militar do estado sob seu governo. Portanto, minha perna era responsabilidade da classe que eu representava, minha perna era a minha classe. Desde então eu passei a ser considerado um inimigo do Estado militar, passando a ser alvo de permanente perseguição. Fui preso 9 vezes e submetido às piores torturas que um ser humano é capaz de suportar. Vi muitos de meus companheiros e companheiras serem torturados e morto(a)s por ordem do governo militar do qual Sarney se tornou parte num primeiro momento como governador do Maranhão e posteriormente como Senador Biônico. Vale ressaltar que foi no primeiro governo da nascente oligarquia Sarney, que foi promulgada a Lei Estadual 2.979, regulamentada pelo Decreto 4.028 de 28 de novembro de 1969, a qual facultava a venda de terras devolutas sem licitação a grupos organizados em sociedade anônima. Essa lei foi o maior instrumento de legalização da grilagem das terras do Maranhão, particularmente na região do Pindaré (ASSELIN, 1982, p. 129). Essa grilagem promoveu a expulsão das famílias agricultoras de suas posses e a migração de milhares de famílias camponesas maranhenses para outros estados.

Eu escapei com vida, embora mutilado e com seqüelas físicas e psicológicas profundas, por conta da solidariedade da anistia internacional, das igrejas católicas e evangélicas, da AP como principal mobilizadora dos apoios e até do Partido Comunista do Brasil que na ocasião fez uma ampla campanha internacional pela preservação da minha vida.

Finalmente, fui exilado na Suiça de onde continuei denunciando as atrocidades da ditadura militar nas oportunidades que tive de viajar por vários países europeus. Foi também no exílio juntamente com companheiros refugiados que começamos a discutir a idéia já em discussão no Brasil de criação do Partido dos Trabalhadores e também de uma central sindical.

Meu companheiro Lula, hoje vivemos um novo momento na história do Brasil; aquelas lutas dos anos 50, 60, 70, 80 e 90 não foram em vão; tivemos prejuízos enormes, pois muitas vidas foram ceifadas pela virulência dos detentores do poder do capital; porém, temos um saldo expressivo de vitórias; hoje temos um partido que se tornou a maior expressão política da classe trabalhadora na América Latina; temos o melhor presidente da história desse gigantesco país, que ironicamente é um trabalhador operário e nordestino, que assim como eu quase não teve acesso a estudos escolares. Eu confesso a você que sinto um imenso orgulho de ter participado desde os primeiros momentos da construção dessa grandiosa e ousada empreitada. Porém, companheiro presidente, ultimamente eu tenho vivido as maiores angustias que um homem com minha trajetória de vida é capaz de imaginar e suportar. Receber a imposição de uma tese defendida pela Direção Nacional do meu partido e até onde me foi informado pelo próprio companheiro presidente de que o nosso projeto político e social passa agora pelo fortalecimento da hegemonia da oligarquia sarneysta no Maranhão. Eu sei do malabarismo que o companheiro presidente tem precisado fazer para garantir alguma condição de governabilidade, porém, sei do alto custo que é cobrado por esses apoios conjunturais, e que nosso governo vem pagando a todos esses ônus. Companheiro, tudo precisa ter algum limite e tal limite é a nossa dignidade. O que está sendo imposto a nós petistas do Maranhão extrapola todos os limites da tolerância e fere de morte a nossa honra e a nossa história. Eu pessoalmente, há mais de 50 anos venho travando uma luta contra os poderes oligárquicos e contra os exploradores da classe trabalhadora neste país. Por conta disso perdi dezenas de companheiros e companheiras que foram barbaramente trucidados por essas forças reacionárias. Como que agora meus próprios companheiros de partido querem me obrigar a fazer a defesa dessas figuras que me torturaram e mataram meus mais fieis companheiros e companheiras. Vocês podem ter certeza que essa é a pior de todas as torturas que se pode impor a um homem. Uma tortura que parte dos próprios companheiros que ajudamos a fortalecer e projetar como nossos representantes no partido e na esfera de poder do Estado, na perspectiva de um projeto estratégico da classe trabalhadora. Estou falando do fundo de minha alma em honra à minha história e à de meus companheiros e companheiras que foram assassinadas pelas forças oligárquicas e de extrema direita neste país.

Estou animado para fazer a campanha da companheira Dilma, assim como para fazer uma aguerrida campanha política em prol do fortalecimento do PT no Maranhão e para construir um projeto político alternativo à oligarquia sarneysta, juntamente com os partido do campo democrático e popular na Coligação PT, PCdoB e PSB. Esta foi a tática vitoriosa em nosso encontro estadual realizado nos dias 26 e 27 de março, que aprovou por maioria de votos, da forma mais transparente possível e cumprindo todos os preceitos legais o nome do companheiro Flávio Dino para candidato dessa aliança legitimamente de esquerda e respaldada pelas mais expressivas organizações da classe trabalhadora deste estado que publicamente se manifestaram, a exemplo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura – FETAEMA e a CUT. Assim, penso que estamos sendo coerentes com a nossa história e identidade classista. Portanto, estou fazendo este apelo ao mais ilustre companheiro de partido e confessando em alto e bom som que não aceitarei sob nenhuma hipótese a tese de que nestas alturas de minha vida eu tenha que negar minha identidade e desonrar a memória de meus companheiros e companheiras que foram caçados e exterminados pela oligarquia e os detentores do capital no Maranhão, no Brasil e mundo inteiro.

Lamento e peço desculpas se este meu posicionamento desagrada o companheiro e a Direção Nacional do PT, mas não posso me omitir diante de uma tese destruidora de nossa identidade coletiva e que representa a negação de tudo que temos afirmado nas nossas palavras e ações. Espero poder contar com a solidariedade e compreensão do meu histórico companheiro de utopias e lutas.

Atenciosamente,

Manoel da Conceição Santos - Membro Fundador do PT e primeiro Secretário Agrário Nacional

Imperatriz - MA, 03 de junho 2010

26 de março de 2010

Onde está o site do PSOL?


Exatamente as vésperas da Conferência eleitoral do PSOL, que escolherá o candidato que o partido apresentará à sociedade, @s militantes do PSOL foram surpreendidos por uma notícia que se espalhou como um rastilho de pólvora nas listas, nas rodas de conversa, nas reuniões e nas mesas de bar: o site do PSOL foi seqüestrado!
Quem acessa o site, ao invés de ter acesso à informações oficiais do partido, só vê o logotipo do PSOL. Em um momento onde existe uma guerra de informações sobre o resultado das pelnárias ao longo do Brasil, impedir a veiculação oficial dessas informações tem o sentido claro de querer estabelecer o caos e abrir espaço para a contra-informação.
Já que o site sumiu, a gente reproduz a Nota oficial da Secretaria Geral do PSOL

URGENTE: NOTA AO PARTIDO ACERCA DO SITE DO PSOL



Companheiro(as),
Na madrugada de hoje o site do PSOL estava fora do ar. Diante disso acionamos o provedor responsável pela sua administração para verificar a existência de algum problema técnico.

Conforme o provedor Locaweb, fomos surpreendidos pela informação que houve uma transferência da hospedagem do site do PSOL para outro provedor. Esta operação foi realizada a revelia dos responsáveis pelo site, a Secretaria de Comunicação e a Secretaria Geral.

Segundo registros do comitê gestor da internet no Brasil (registro.br) o apontamento da hospedagem foi transferido para uma entidade denominada Trabalho Solidário, de Hador Omar, responsável técnico anterior pela administração do site e ex-assessor da secretaria de comunicação da gestão do ex-secretário de comunicação Martiniano Cavalcanti. Trata-se de uma ação a revelia das instâncias partidárias. Esta operação, além de alterar o controle do site, modificou as senhas e invadiu o e-mail da Secretaria Geral que recebia as informações da realização das plenárias municipais.

Trata-se de assunto da maior gravidade, pois o site estava sendo conduzido de comum acordo entre todas as chapas, pela Executiva Nacional em atribuição às suas secretarias responsáveis. Assim, nem a Secretaria de Comunicação e nem a Secretaria Geral têm mais o controle do site e dos e-mails. Qualquer informação no site não é da responsabilidade dessas secretarias.

Esta ação busca inviabilizar a realização da Conferência para a escolha das candidaturas do PSOL, mas a militância e a direção partidária garantirão sua realização. Chamamos todos à ampla participação nas conferências municipais e construção da Conferência Nacional.

Afrânio Bopprè
Secretário geral do PSOL
Edson Miagusko
Secretário de comunicação do PSOL