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1 de junho de 2011

Déjà vu


ESQUERDA: 1 DE JUNHO DE 2011 – MARCHA DA FAMÍLIA – PARA TER A PÁTRIA LIVRE, VOU MARCHAR PELO BRASIL

DIREITA: 19 DE MARÇO DE 1964 – MARCHA DA FAMÍLIA COM DEUS PELA LIBERDADE

do site História UPF:
Marcha da Familia com Deus, em apoio aos militares. Jornal do Brasil: Sexta-feira, 20 de março de 1964.
Na capital paulista, 500 mil pessoas participaram da Marcha da Família com Deus pela Liberdade em defesa da Constituição e das instituições democráticas brasileiras e de repúdio ao comunismo.
A Marcha saiu da Praça da República ao som dos clarinetes dos Dragões da Força Pública, e chegou à Praça da Sé com os sinos de todas as igrejas repicando simultaneamente, enquanto a banda da Guarda Civil executava Paris Belfort, o hino da Revolução constitucionalista de 1932.
Falaram durante a concentração em frente à Igreja da Sé o Senador Auro de Moura Andrade, o deputado Herbert Levi, o Senador Padre Calazans, a Deputada Conceição da Costa Neves e outros oradores. O governador Carlos Lacerda, que assistiu a parte da concentração, disse que “São Paulo começou a salvar o Brasil”.
(…)
As principais faixas diziam: “Deputados patriotas, o povo está com vocês”; “Brizola: playboy de Copacabana”; “Reformas só dentro da Constituição”; “Basta de palhaçada, queremos Governo honesto”; “A melhor reforma é o respeito à lei”; “Senhora Aparecida iluminai os reacionários”.
Essa demonstração de massa foi, a olhos militares, o aval definitivo para o golpe de 1964.
O aval que os militares precisavam
A Marcha foi uma resposta ágil e direta ao comício feito por João Goulart e os seus partidários na estação Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro.
Ele havia acabado de assinar o primeiro passo para a reforma agrária e o projeto que previa a encampação das refinarias particulares de petróleo. No palanque de 13 de março de 64, Miguel Arraes e Leonel Brizola também discursaram. Brizola foi o mais aplaudido.
Após deixar o governo, Jango exilou-se no Uruguai, e morreu na Argentina em 1976. Com o golpe de estado, os militares tomaram o poder e só o deixaram 21 anos depois.

E hoje, quem brada é a ditadura da maioria tentando impor “limites à pluralidade”, assim como um dia a ditadura da minoria impôs limites à liberdade de expressão e de ir e vir, com o aval das alas conservadoras, executada por golpistas como Lacerda.
Hoje, a exaltação da pátria não é em nome da união do povo, mas em nome da “família brasileira” conservadora, família esta que, aparentemente, é somente definida por viabilidades reprodutivas e aprovada por golpistas como Bolsonaros e bancadas evangélicas.

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