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27 de dezembro de 2008

Biografia Stálin

Stálin

Nascido em uma pequena cabana na cidadezinha georgiana de Gori, filho de uma costureira e de um sapateiro alcoólatra que freqüentemente o espancava, o jovem Stalin teve uma infância triste e violenta. Chegou a estudar em um colégio religioso de Tbilisi, capital georgiana, para satisfazer os anseios de sua mãe, que queria vê-lo seminarista. Mas logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o regime czarista. Passou anos na prisão e, quando libertado, aliou-se a Vladimir Lenin e camaradas, que planejavam a Revolução Russa. Stalin chegou ao posto de Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante cerca de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.

Antes da Revolução Russa de 1917, Stalin era uma figura menor no interior do partido – era conhecido como "Camarada Fichário" (Dovarich Koba), por seu apego ao trabalho burocrático –, mas teve uma ascensão rápida, tornando-se em Novembro de 1922 o Secretário-geral do Comité Central, um cargo que lhe deu bases para ascender aos mais altos poderes. Após a morte de Lenin, em 1924, tornou-se a figura dominante da política soviética – muito embora Lenin o considerasse inapto para um cargo de comando. Mas ele ignorava a astúcia de Stalin, cujo talento quase inigualável para a intriga e as alianças políticas lhe rendera tantos aliados quanto inimigos. Estes seriam tratados mais adiante.

A "Grande Purga" ou "Grande Expurgo"

Em 1928 iniciou um programa de industrialização intensiva e de coletivização da agricultura soviética, impondo uma grande reorganização social. Nos anos 30 consolidou a sua posição através de uma política de terror. Como arquitecto do sistema totalitário soviético, destruiu as liberdades individuais e criou uma poderosa estrutura militar e de policiamento. Mandou prender, deportar e executar opositores em massa, ao mesmo tempo que cultivava o culto da personalidade como arma ideológica. A ação persecutória de Stalin, supõe-se, estendeu-se mesmo a território estrangeiro, uma vez que o assassinato de Trotsky, então exilado no México é creditado a ele. Por mais que Trotsky tomasse todas as providências para proteger-se de agentes secretos, Ramón Mercader, membro do Partido Comunista Mexicano, conseguiu ganhar a confiança do dissidente, para executá-lo com um golpe de picareta.

Desconfiando que as reformas econômicas que implantara produziam descontentamento entre a população, Stalin dedicou-se, nos anos 30, a consolidar seu poder pessoal. Tratou de eliminar ou expulsar toda a oposição política. Se alguém lhe parecesse indesejável desse ponto de vista, ele se encarregava de tramar contra o dissidente de diversas maneiras: difamando-o e desacreditando-o perante a opinião pública, ou simplesmente encobrindo seu assassinato com uma morte acidental. Em 1934, Sergei Kirov, principal líder do Partido Comunista em Leningrado(atual São Petersburgo), apareceu morto. Foi o início de uma série de assassinatos e prisões que passou para a história como o "Grande Expurgo".

Este se deu no período entre 1934 e 1937 no qual Stalin concedeu tratamento injusto a todos que tivessem a menor discordância em relação às suas diretrizes de governo. Entre os alvos mais destacados dessa perseguição, estava o Exército Vermelho: metade de seus oficiais acima da patente de major foi eliminada, inclusive treze dos quinze generais-de-exército. Entre estes, Mikhail Tukhachevsky foi uma de suas mais famosas vítimas. Sofreu a acusação - caluniosa, como soube-se por investigação feita após a morte de Stalin - de ser agente do serviço secreto alemão. Com base em documentos forjados por Reinhard Heydrich, chefe doServiço de Segurança das SS, Stalin executou Tukhachevsky, além de deportar muitos outros para a Sibéria. Com isso foi enfraquecido o comando militar soviético; ou seja, Stalin mordeu a isca de Heydrich, o qual desejava debilitar a estrutura militar russa com vistas a um futuro ataque das tropas da Alemanha.

O pacto "Ribbentrop-Molotov"

Em 23 de agosto de 1939, assinou com Hitler um pacto de não-agressão, que recebeu o nome dos Ministros do Exterior alemão e soviético. Stalin esperava ganhar tempo e reorganizar a força industrial-militar da qual a União Soviética não poderia prescindir com vistas a um confronto com a Alemnha Nazista que para alguns sempre fora inevitável. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto imediato com os soviéticos, pois naquele momento ocupar-se-ia de Grã-Bretanha e França. Mas a invasão da União Soviética pelas forças alemãs, em 1941, levou-o a aliar-se ao Reino Unido e aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Sob a sua ferrenha direcção, o exército soviético conseguiu fazer recuar os invasores — não sem perdas humanas terríveis — e ocupar terras na Europa Oriental, contribuindo decisivamente para a derrota da Alemanha Nazista.

Com a sua esfera de influência alargada à metade oriental da Europa, Stalin foi uma personagem-chave do pós-guerra. Dominando países como a República Democrática Alemã, a Tchecoslováquia e a Roménia, estabeleceu a hegemonia soviética no Bloco de Leste e rivalizou com os Estados Unidos na liderança do mundo. Em 5 de março de 1953, Stalin faleceu de hemorragia cerebral. Seu corpo ficaria exposto no mesmo salão que Lenin; até que Nikita Kruschev, revisionista das práticas stalinistas, enterrou-o fora dos muros do Kremlin, sendo um dos túmulos mais visitados ali.


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