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21 de setembro de 2008

Crise Financeira nos EUA, é o fim?

Há muito vem se dizendo que a crise ia explodir e ninguém dava ouvidos.

mas ela está ai, e veio pra ficar, é o fim dessa era capitalista!

Os EUA estão perdendo seu poder e hegemonia, e isso vai fortalecer mais e mais os governos socialistas, e os anti-imperialistas.
Se tem uma revolução para se fazer, a melhor hora é essa.

A hora de fazer da queda dessa nação imperialista que a tanto tem nos oprimido a hora da ascensão de uma revolução verdadeiramente socialista!




Uma pequena resenha da crise:

Todos devem estar acompanhando nos noticiários a crise que se intensificou nos Estados Unidos. Esta crise veio a explodir porque vários credores do setor imobiliário deixaram de pagar suas dívidas. Com isso a economia estadunidense entrou em recessão. Claro que isso não se deu do dia pra noite. E para entender essa crise primeiro temos que entender como o mercado financeiro e as bolsas de valores funcionam.

As bolsas de valores são onde se concentram as operações do chamado mercado de capitais - ou seja, são uma espécie de feira onde se realizam a compra e venda de ações, títulos que representam pequenas parcelas do capital de uma empresa. O fator determinante dessa crise é que os chamados ativos financeiros, alcançaram um valor monetário muito alto.

O que aconteceu: O governo investiu pesado em programas de casa própria, com isso os bancos começaram a emprestar dinheiro para que as pessoas comprassem essas casas, sem fiscalizar se elas teriam dinheiro para pagar depois. Esses bancos fazem parte de um tipo de mercado que não exige garantias como comprovante de renda. Isso é um tipo de operação arriscada, mas o lucro como retorno é muito alto. Aconteceu então que essas pessoas faziam o empréstimo pra comprar suas casas, e antes mesmo de terminar o pagamento do primeiro empréstimo pegavam outro e assim ia, tornando-se uma ação contínua e descontrolada.

Sem a devida fiscalização dos bancos, os mesmos começaram a vender essas dívidas a outros bancos e investidores, o que é uma coisa normal no mercado de ações, vender uma dívida para pagar outra. Mas é algo muito arriscado. Como o mercado financeiro é muito suscetível e qualquer acontecimento pode gerar conseqüências desastrosas, a crise então explodiu!

José Roberto Securato, economista da USP disse: "O mercado de capitais é extremamente sensível a todo e qualquer acontecimento, seja uma votação no Congresso brasileiro, seja um atentado terrorista como o ocorrido em Nova York”

Ele foi profético quando disse isso, pois desde então o dólar só tem caído, e as dívidas chegaram ao um valor tão alto que se tornaram incobráveis. Os bancos americanos estão decretando falência, o governo está tentando de todas as formas amenizar os efeitos de uma crise que já está incontrolavél.

Bem... como não sou nenhuma expert em economia mundial, vou postar aqui uma matéria da revista norte-americana de orientação marxista Monthly Review que fala sobre essa crise mais detalhadamente.

Leia abaixo o texto, reproduzido em português pelo sítio Diário.info:


A crise das hipotecas "subprime" iniciada no último verão emergiu nos Estados Unidos e levou a uma convulsão massiva do sistema financeiro mundial desde então com conseqüências espantosas. Agora passou-se para a "economia real" dos empregos e do rendimento. Como dizia o Wall Street Journal de 4 de Abril, "o National Bureau of Economic Research provavelmente não o dirá nos próximos meses. Mas por que espera? A economia estadunidense caiu em recessão em janeiro passado". O crescimento econômico global, como um todo, espera-se que decline acentuadamente este ano.


Agora a pergunta natural é: Qual a gravidade da crise econômica?


A resposta concreta ninguém sabe realmente. Alguns, acreditando que podemos estar a caminho de um colapso econômico total, sublinham os perigos sem precedentes associados a um sistema financeiro que desenvolveu novos e complexos veículos de investimento para além da compreensão das pessoas. As relações tradicionais de concessão de empréstimo dominadas pelos bancos foram agora transformadas naquilo a que Bill Gross, responsável chefe de investimento da Pimco, uma importante firma de gestão de títulos, chama o "sistema bancário sombra" (ou seja, hedge funds, veículos de investimento estruturado, toda espécie de canais financeiros).


Este novo mundo de investimentos especulativos é retratado como repleto de "nitroglicerina", recheado de "armas de destruição massivas" e carregado de "vírus" letais — para mencionar apenas algumas das alarmantes metáforas agora utilizadas habitualmente pela imprensa financeira. Com dezenas de trilhões de dólares nominais em só em credit default swaps (CDSs) em circulação — sem mencionar outros créditos derivativos e instrumentos financeiros — este sistema de finanças sombras tornou-se massivo, opaco e imprevisível.


As instituições financeiras estão tendo dificuldade crescente em avaliar os seus ativos ou em prever a reação em cadeia dos calotes que podem vir a enfrentar. Seria um alívio dizer que, em tais circunstâncias, os possuidores do capital estão preocupados. Com uma recessão em desenvolvimento e com a estabilidade do dólar cada vez mais comprometida, uma dissolução financeira e um colapso econômico mundial de proporções que marcam uma época são minimamente imagináveis.


Outros, contudo, vêm a situação mais próxima de algo como uma baixa no ciclo padrão dos negócios —que o Estado interveio para afastar o colapso financeiro. Apontam as extraordinárias intervenções do Federal Reserve Board, a mais dramática foi o salvamento do Bear Stearns e sua absorção pelo JPMorgan Chase, em Março passado. O FED, juntamente com os bancos centrais dos outros países capitalistas desenvolvidos, têm estado alargado rapidamente seu papel de financiadores de último recurso, emprestando centenas de milhar de milhões de dólares em títulos governamentais, enquanto recebem como garantias títulos baseados em hipotecas para as quais não há mercado.


Todos sabem que o governo acabará por assumir as perdas de milhares de milhões de dólares destas ações — mais claramente na dívida emitida no caso do Bear Stearns como "não recurso". A mensagem para os mercados financeiros é clara: as vastas perdas iminentes, que de outra forma recairiam sobre as principais instituições financeiras, serão socializadas. Se uma tal mensagem não desse "confiança" aos atores determinantes do mercado financeiro, a situação seria gravíssima.


Como dissemos, uma aparência de confiança foi pela primeira vez restaurada. Destacando a rápida recuperação da crise financeira anterior (provocada pela explosão da bolha do mercado de ações da Nova Economia em 2000), os analistas mais otimistas argumentam que o sistema financeiro já está se estabilizando, que este período de baixa provavelmente será curto. No entanto, mesmo os principais porta-vozes desta posição, tais como o presidente do Federal Reserve, Bern Bernanke, admitem que há consideráveis "riscos de declínio" no atual clima de incerteza econômica, que poderiam resultar em "danos" severos para a economia e "a deterioração de posição" por todo o sistema financeiro.


Mas se a direção que ira tomar a atual crise econômica ainda é desconhecida, a coisas são muito mais claras quando nos voltamos para o longo prazo, a enfermidade estrutural do sistema, da qual a atual retração é sintomática sob muitos aspectos. De acordo com um argumento que temos apresentado há décadas nestas páginas, o financiamento do processo de acumulação de capital que tem estado a verificar-se desde a década de 1970 está enraizada na tendência subjacente para a estagnação das economias capitalistas avançadas.


No essencial, o sistema é tão produtivo e os resultados desta enorme e crescente produtividade são tão desigualmente distribuídos (os salários reais da maior parte dos trabalhadores nos Estados Unidos estagnaram durante 30 anos enquanto os lucros ascenderam) que há uma contínua acumulação de excedente à procura de investimento nos cofres das corporações e nas mãos de indivíduos ricos. Na falta de suficientes saídas para este vasto excedente na "economia real", o capital tem estado a ser despejado na superestrutura financeira, onde foram desenvolvidos novos instrumentos financeiros derivativos para absorver este excesso de capital-dinheiro. Isto serviu para elevar a economia desde os anos 70. Contudo, a conseqüência foi a criação ao longo das últimas décadas (e ainda mais rapidamente nos últimos anos) de uma vasta economia financeira-sombra, acima, e para além, da economia real. A explosão da bolha habitacional, a crise das hipotecas subprime e a crise financeira geral que se seguiu pode ser encarada como sinais de uma crise neste processo de financiamento.


O melhor que os mestres do sistema estadunidense podem esperar para os próximos anos é uma fase de estagnação econômica mais profunda e mais prolongada, isto é, de crescimento lento, emprego fraco e excesso de capacidade produtiva crescente. Como os Estados Unidos se movimentam — e isto acontecerá — para empurrar o fardo da sua crise financeira para o resto do mundo, as tensões resultantes tornam-se obrigatoriamente globais e inevitáveis dentro da lógica da globalização capitalista existente.


Àqueles que procuram desesperadamente uma solução para este problema dentro do sistema temos a dizer, francamente, que não é possível pensar nenhuma. O máximo que se pode fazer é alterar radicalmente a natureza do próprio sistema: uma drástica redistribuição do rendimento e da riqueza em favor daqueles menos ricos e um programa massivo de investimento social a favor dos que mais precisam dele. Mas o capitalismo só é capaz de seguir este caminho de forma limitada e sob coação extrema — e uma vez anulada a pressão ele regressa aos velhos caminhos. Mais cedo ou mais tarde (desde que uma catástrofe nuclear ou ambiental não pare o relógio) o mundo será forçado a procurar um caminho melhor e mais humano.




Essa é uma oportunidade para desbancar de uma vez por todas essa hegemonia imperialista que a tanto nos oprime.

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